Quinze estados tiveram aumento do
volume do Produto Interno Bruto (PIB) de 2018 acima da média nacional, que foi
de 1,8%. O Amazonas apresentou a maior alta: 5,1%. Na outra ponta da lista,
Sergipe foi a única unidade da federação a perder volume do PIB, com queda de
1,8%, o quarto ano seguido negativo. Os demais 11 estados tiveram alta, mas
abaixo do índice nacional.
Os dados são das Contas Regionais
2018, publicadas hoje (13) pelo IBGE, e elaboradas em parceria com os Órgãos
Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência
da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA).
De acordo com o técnico do IBGE
Luiz Antonio de Sá, o resultado negativo no Sergipe está ligado não só ao
desempenho econômico, mas também por conta de questões de condição climática
adversas em 2018.
“A falta de chuvas provocou uma
queda brusca na produção agrícola do estado e a agricultura perdeu 34,7% em
volume”, ressalta. Outro setor que teve desempenho abaixo da média nacional e
contribuiu para a queda foram as atividades de serviços, grupo de atividade que
mais cresceu na economia nacional e muito influente, sobretudo, em estados com
indústria menos desenvolvida, caso do estado nordestino. O índice sergipano
ficou abaixo da média nacional (2,1%), crescendo 0,2%. A indústria, apesar de
não tão influente no estado, também não contribuiu, caindo 2,6%.
No topo de estados com maior
crescimento de volume, o Amazonas (5,1%) exemplifica o bom resultado do Norte
do país. A região foi a que mais cresceu em volume do PIB, 3,4%. Roraima (4,8%)
e Rondônia (3,2%) são estados nortistas que também estão entre os cinco
primeiros do ranking.
Sá explica que o crescimento em
cada um desses estados se deu por fatores diferentes. O Amazonas tem um perfil
considerado atípico na região, por conta da forte influência da atividade de
Indústrias de Transformação, que cresceu 8,8% de 2017 para 2018, motivada pelo
segmento de equipamentos de informática. “Por conta da Zona Franca de Manaus, o
estado tem um destaque não só regional, como nacional”, cita o técnico do IBGE.
Já em Roraima, o perfil é mais
concentrado nas atividades de serviço, que cresceram 4,4%, impulsionadas
principalmente pelo comércio e pela administração pública. “Houve um
crescimento populacional importante, um movimento de recebimento de imigrantes,
e isso acabou influenciando no consumo”, relembra Sá. Por fim, Rondônia também
teve crescimento nas atividades industriais (4,8%), puxada pela geração de
energia elétrica. A lista dos cinco primeiros é completada por Mato Grosso
(4,3%) e Santa Catarina (3,7%).
A pesquisa mostra também que
alguns estados perderam participação no PIB nacional. São Paulo, que perdeu 0,6
ponto percentual do total do país e, pelo segundo ano consecutivo, teve a maior
perda de valor relativo. “Geralmente, os estados maiores têm maior capacidade
de oscilações de participação. São Paulo teve uma queda de participação
equivalente ao valor do PIB de Rondônia, por exemplo”, salienta Sá. Entre as
atividades que contribuíram para essa perda de participação de São Paulo,
destaque para Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, que
tem o estado paulista representando mais de 50% do total nacional da atividade.
“Essa atividade perdeu
participação em 2017 e 2018, principalmente por conta da diminuição das taxas
de juros”, explica o especialista.
Sudeste é a única região a crescer abaixo da média nacional
No que diz respeito às regiões, o
Sudeste (1,4%) foi a única com variação em volume inferior ao índice nacional.
O único estado que cresceu acima da média nacional na região mais habitada do
país foi o Espírito Santo (3%). No topo da lista está o Norte (3,4%), seguido
pelo Centro-Oeste (2,2%) e o Sul (2,1%). O Nordeste cresceu o mesmo que a média
brasileira (1,8%).
Apesar de crescer abaixo da
média, o Sudeste elevou sua participação na economia brasileira em 2018, indo
de 52,9% para 53,1% em relação ao PIB nacional. A pesquisa mostra que tal
aumento se deve aos desempenhos de Rio de Janeiro e Espírito Santo, que somaram
mais 0,6 e mais 0,3 ponto percentual, respectivamente, e foram os dois estados
com maior acréscimo em valor relativo. O Sul também aumentou sua participação,
em 0,1 ponto percentual, graças a contribuição de Santa Catarina. Já as regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste perderam participação (-0,1 ponto percentual cada).
Na análise do PIB pela ótica da
renda, a remuneração dos empregados, principal componente do índice, perdeu
participação em relação ao ano anterior a 2017, saindo de 44,3% para 43,6% do
PIB brasileiro em 2018. É o segundo resultado negativo consecutivo.
O desempenho está ligado à queda
no número de ocupações com vínculo, explica Sá. As regiões que mais influenciam
essa perda de participação foram o Sul, cuja participação da remuneração dos
empregados era de 42,7% em 2017 e foi para 42% em 2018, e principalmente o
Sudeste (de 43,9% para 42,8%), onde Rio de Janeiro e Espírito Santo foram os
estados que puxaram o índice, por conta das Indústrias Extrativas.