Sempre que o final do ano se aproxima, costumamos fazer um balanço daquilo que nos aconteceu, ou melhor, daquilo que escolhemos viver e levamos adiante. E o momento chegou, novembro terminando... dezembro com suas festividades e comemorações aproximando-se... janeiro descortinando um Ano Novo com as cores da esperança, do renascimento.

E vêm à baila tantas lembranças, tantos pensamentos, aliados a planos, projetos, dúvidas, certezas. Às vezes, somos impelidos por um ânimo inigualável, força de super-heróis, Inteligência de gênios; em outras, abatidos que somos pelo desânimo e incerteza, sentimo-nos impotentes, incapazes, vencidos. Mas temos de prosseguir... e prosseguimos.

Isto é viver, vencer dificuldades, transpor obstáculos, engolir a dor que nos sufoca, reconstruir o que ruiu. “Viver é um rasgar-se e remendar-se...”, frase imortalizada por Guimarães Rosa, é o retrato de como deve ser a nossa trajetória neste mundo e, ao mesmo tempo em que somos massacrados por dores, perdas e decepções, nasce em nós um sem-número de novas idéias e desejos que nos impelem a continuar, sem desistir jamais. Isto é viver, encontrar a alegria muitas vezes escondida no mais profundo de nós mesmos, compartilhar momentos com pessoas que nos completam, embora diferentes, conviver com seres de coração puro como as crianças, segurar na mão de nosso Criador, seja qual for a crença de cada um.

Há momentos em que somos obrigados a curar nossas feridas com nosso próprio sangue; no entanto, somos fortalecidos pelo sofrimento. E seguimos aprendendo, filtrando, projetando, realizando. Isto é viver... um “rasgar-se e remendar-se”, com a certeza de que nada que nos acontece é em vão ou não nos pertence, mas, sim, ocorre para que possamos renascer em nosso próprio crescimento.