A Rússia nega qualquer intenção de invadir o território vizinho da Ucrânia. Condiciona, no entanto, a solução da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a segurança interna, entre elas a de que a Ucrânia nunca fará parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Esse foi o recado
deixado pelo presidente russo, Vladimir Putin, durante
encontro ontem (7) com o presidente francês, Emmanuel Macron.
A conversa, em
Moscou, durou cerca de cinco horas, mas parece não ter chegado a
um resultado concreto. Emmanuel Macron alertou que a Rússia e o
Ocidente devem trabalhar para evitar a escalada do conflito.
“Neste momento, a tensão
está aumentando, assim como o risco de desestabilização. Nem a Rússia nem os
europeus querem o caos ou a instabilidade, sobretudo quando as nações já
sofreram tanto com a pandemia. Por isso, precisamos alcançar medidas
concretas”, afirmou o chefe de Estado francês após a reunião.
Depois de
Moscou, Macron segue nesta terça-feira (8) para Kiev, a fim de conversar
com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em novo esforço
diplomático para acabar com a crise. Os dois líderes, Macron e Putin,
vão conversar novamente por telefone após o encontro do presidente francês
com Zelensky.
Sobre a reunião dessa
segunda-feira, o presidente russo afirmou vagamente que seria possível
considerar “várias propostas e ideias” de Emmanuel Macron, com o propósito de
“estabelecer as bases para os próximos passos”.
Ainda assim, Putin repetiu
advertências anteriores caso a Ucrânia opte por se juntar à Otan ou tente
recuperar a Crimeia, território que a Rússia anexou há oito anos. Ele
alertou ainda que a Europa poderia ser arrastada para um conflito
em larga escala.
“Querem que a França entre
em guerra com a Rússia? É isso que irá acontecer. E não vai haver vencedores”,
afirmou Putin a repórteres franceses.
Na chegada a Moscou,
Emmanuel Macron já havia minimizado as expectativas. “Podemos evitar
algumas coisas no curto prazo. Mas não penso que teremos vitórias no curto
prazo. Não acredito em milagres espontâneos. Há muita tensão e nervosismo”,
disse o presidente francês.