O Santos se classificou à decisão
da edição 2020 da Libertadores com enorme autoridade. Dominante do começo ao
fim dos 90 minutos, o Peixe atropelou o Boca Juniors (Argentina) por 3 a 0
nesta quarta-feira (13), na Vila Belmiro, em Santos (SP). Há uma semana, no
jogo de ida do confronto pelas semifinais, em Buenos Aires, as equipes
empataram sem gols.
Foi a terceira vez que Santos e
Boca realizaram um duelo decisivo pela competição. Em 1963, o Peixe do Rei Pelé
levou a melhor na final, assegurando o bicampeonato sul-americano. Quarenta
anos depois, novamente em uma decisão, os Xeneizes deram o troco, liderados por
Carlitos Tevez. O atacante de 36 anos, aliás, integra o atual elenco da equipe
argentina, mas, desta vez, nada pôde fazer.
Campeão em 1962, 1963 e 2011, e
vice em 2003, o Alvinegro terá pela frente o rival Palmeiras em uma inédita
final 100% paulista, no próximo dia 30, às 17h (horário de Brasília), no
estádio do Maracanã (Rio de Janeiro). O Verdão se classificou na terça-feira
(12), mesmo derrotado por 2 a 0 pelo River Plate, também da Argentina, em São
Paulo. O Alviverde levou a melhor pelo placar agregado (3 a 2), pois havia
vencido na semana anterior, fora de casa, por 3 a 0.
Repetindo a postura adotada no
jogo em que recebeu (e atropelou) o Grêmio nas quartas de final por 4 a 1, o
Santos apresentou grande intensidade desde o apito inicial. Com menos de um
minuto, o atacante Marinho acertou a trave. Aos 15, após um chute do atacante
Yeferson Soteldo desviar no braço do zagueiro Lisandro López dentro da área, o
meia Diego Pituca ficou com a sobra e abriu o placar.
Aos 32 minutos, o zagueiro Lucas
Veríssimo deu um susto ao levar uma pancada em uma disputa de bola pelo alto. O
impacto fez sair muito sangue da cabeça do defensor, que teve de sair de maca
de campo. Mas o jogador não só voltou ao gramado (quase cinco minutos depois)
como, antes do segundo tempo, recebeu quatro pontos na região atingida e atuou
o restante da partida com uma proteção e uma touca de natação.
Com Marinho e o também atacante
Kaio Jorge infernizando a defesa xeneize, e o ataque argentino sem espaços
devido à forte marcação, o Alvinegro foi para o intervalo mais perto de ampliar
a vantagem do que de sofrer o empate. Dito e feito. Aos três minutos da etapa
final, Soteldo invadiu a área pela esquerda, cortou para a perna direita e
mandou para as redes. No lance seguinte, Marinho fez o que quis na área do Boca
e rolou para o atacante Lucas Braga sacramentar a classificação.
Mesmo com o 3 a 0 no placar, o
Santos buscou o quarto gol a todo instante. Marinho (duas vezes, uma em um
quase gol olímpico) e Kaio Jorge até chegaram perto. Abatido e com um a menos
desde os dez minutos, quando o lateral Frank Fabra foi expulso por falta em
Marinho, o Boca assustou somente uma vez, em um cruzamento do atacante
Sebástian Villa que obrigou o goleiro João Paulo a uma grande defesa, no reflexo.
Após o apito final, a festa santista teve início na Vila Belmiro.