Lideradas
por Marta, brasileiras enfrentam a China às 5h (de Brasília)
A seleção feminina de
futebol abre nesta quarta-feira (21), a partir das 5h (horário de Brasília), a participação
do esporte brasileiro na Olimpíada de Tóquio (Japão). A estreia é contra a
China no estádio Miyagi, em Rifu (cidade a cerca de 380 quilômetros da capital
japonesa), na estreia pela fase de grupos da modalidade.
O Brasil está no Grupo F,
onde ainda estão Holanda e Zâmbia. O duelo com europeias será neste sábado
(24), às 8h, também em Rifu. Já o confronto diante das africanas será na
terça-feira que vem (27), às 8h30, no estádio de Saitama (a 27 km de Tóquio).
As brasileiras buscam a
terceira medalha olímpica na história do futebol feminino. As duas anteriores
foram de prata. A primeira em 2004, nos Jogos de Atenas (Grécia). A segunda
quatro anos depois, em Pequim (China). Do atual elenco, duas atletas estiveram
presentes nas conquistas: a volante Formiga, que disputará a sétima Olimpíada
da carreira; e a meia-atacante Marta, eleita seis vezes a melhor jogadora do
mundo e que defenderá o país pela quinta vez no evento.
"É uma grande alegria
poder estar aqui, na expectativa de poder vivenciar ativamente mais uma
Olimpíada. Essa edição é especial não somente pelo momento que vivemos, mas
porque é um objetivo que a gente vem buscando há bastante tempo. Uma atleta de
alto nível sempre vai pensar em jogar as grandes competições e trabalhar
constantemente para estar preparada quando a oportunidade chegar", disse
Marta, em entrevista coletiva nesta terça-feira (20).
Nas duas finais olímpicas em
que o Brasil foi superado, o adversário foi o mesmo: os Estados Unidos. Na
decisão de 2008, curiosamente, a técnica rival era justamente Pia Sundhage,
atual comandante da seleção brasileira.
"Acho que cuidamos de
nossas prioridades nesses dois anos de trabalho. Acredito que nossa defesa, que
já era boa, é mais sólida atualmente e que nosso ataque é um pouco mais
organizado, o que significa que todo o time quer estar na mesma página. Mas eu
nunca tiraria o samba, o estilo brasileiro com o qual elas me surpreenderam,
porque eu amo isso. E acho que essa mistura, espero, vai nos fazer ir longe
nessa Olimpíada", afirmou Pia, que não confirmou a escalação que levará a
campo nesta quarta.
A julgar pelos últimos
compromissos da seleção brasileira, as dúvidas do provável time estão na
lateral direita e no meio-campo. Apesar de ter uma jogadora de ofício para o
lado direito da defesa (Letícia Santos) no elenco, Pia atuou várias com uma
zagueira no setor (normalmente Bruna Benites), para dar maior liberdade aos
avanços de Tamires na esquerda. Outra opção seria Poliana, que joga como
zagueira no Corinthians, mas foi lateral por muitos anos no São José e no
próprio escrete canarinho. Mais a frente, sem a titular habitual (Luana, que
está contundida e não pode ser convocada), a técnica pode escolher entre Júlia
Bianchi e Andressinha.
O Brasil deve enfrentar as
chinesas com Bárbara; Bruna Benites (Letícia Santos ou Poliana); Érika,
Rafaelle e Tamires; Formiga, Andressinha (Júlia Bianchi) e Marta; Debinha, Bia
Zaneratto e Ludmilla.
É a terceira vez que
brasileiras e asiáticas estarão frente a frente em uma Olimpíada. Na semifinal
dos Jogos de Atlanta (EUA), em 1996, a China venceu por 3 a 2. O troco veio há
cinco anos, no Rio de Janeiro, com triunfo canarinho por 3 a 0. A meia-atacante
Andressa Alves, uma das convocadas de Pia, fez um dos gols da seleção nacional
na ocasião. Por coincidência, o duelo marcou a estreia da seleção feminina no
evento em solo carioca.
O histórico brasileiro em
estreias olímpicas, aliás, é positivo: quatro vitórias e dois empates. São 13
gols marcados e apenas dois sofridos (ambos no 2 a 2 com a Noruega, na primeira
rodada dos Jogos de Atlanta).