Estudo aponta que a estrela Betelgeuse está perdendo seu brilho.

A estrela Betelgeuse, localizada na constelação de Orion, precisamente no ombro direito do caçador está cada vez mais perdendo o seu brilho, de acordo com um artigo publicado no jornal Nature Communications.

Segundo uma equipe de cientistas e astrônomos chineses que assina a autoria do artigo, a estrela Betelgeuse tem um “novo ponto, maior, mais frio e mais escuro”, que contribui para o resfriamento de sua temperatura e, consequentemente, a diminuição de seu brilho. Pontos similares, ainda que menores, já haviam sido relatados pela comunidade astronômica no primeiro semestre de 2021.

Em todos os casos, os “pontos” são resultados de bolhas de gás ejetadas pela estrela, o que resultou na condensação de elementos mais pesados em partículas e poeira, sendo por assim obscurecendo a luz emitida por ela. Exemplo: pense em como a fumaça preta na atmosfera ofusca a luz do sol, escurecendo a sua visão.

A primeira redução de luz da estrela Betelgeuse foi percebida em dezembro de 2019, quando o brilho menor pôde ser percebido até mesmo a olho nu (Essa estrela é visível da Terra, é só olha acima das “3 Marias” ao lado direito, você verá uma estrela alaranjada, pois bem essa é Betelgeuse). A partir dali astrônomos declararam queda de quase 35% na luminosidade já em fevereiro do ano seguinte, e a tendência de diminuição vem persistindo até hoje.

A análise apontou para uma queda considerável de temperatura generalizada, indo de 3.372,85 graus Celsius (ºC) para 3.202,85 ºC, algo que, sendo que segundo os astrônomos, se deu pela formação de uma ampla linha molecular dos compostos químicos já citados à frente da estrela, em seus pontos frios.

As equipes sugerem que essa formação estava fixada em um ponto específico, daí a impressão de “achatada” que temos da estrela Betelgeuse quando a vemos da Terra.

Segundo os estudiosos, esses são sinais de que a Betelgeuse possa estar entrando em fase de supernova — nome atribuído à última parte da vida de uma estrela, quando ela explode e “morre”, podendo dar lugar a uma estrela de nêutrons ou um buraco negro.

Lembrando que a última supernova que pode ser observada a olha nu foi no ano de 1604 e ocorreu a 13 mil anos-luz de distância, 20 vezes mais longe que a Betelgeuse.

Se isso ocorrer com Betelgeuse, nós poderemos ver uma mancha no céu mais clara que a lua cheia tanto de noite quanto de dia, e isso pode ficar no céu semanas, meses e até mesmo anos. A estrela Betelgeuse é o que os astrônomos classificam como “supergigante vermelha”. Para oferecer uma ideia comparativa, o nosso Sol deve atingir essa mesma classificação… daqui uns 5 bilhões de anos, quando ele deve crescer tanto que vai engolir a Terra. Em outras palavras, ela já está com idade avançada em relação ao nosso “astro-rei”.