No começo da noite deste sábado - fim da manhã no Brasil -, o então Presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, deixou o país após não conseguir negociar com os combatentes do Taleban, que terminaram por tomar o poder e assumir o palácio presidencial.


No Facebook, Ghani disse que entendeu por bem deixar o país para “evitar um banho de sangue”, complementando que “inúmeros patriotas teriam sido martirizados e Cabul seria destruída”. 


O Governo foi derrubado depois de passados 20 anos da expulsão do Taleban do poder pelos Estados Unidos, tendo suas tropas militares entrado em Cabul pela primeira vez em 13 de outubro de 2001, sendo bombardeadas pelos norte-americanos e britânicos. O grupo é visto como radicalista fundamentalista islâmico e, desta vez, necessitou de apenas duas semanas de uma vertiginosa campanha militar para tomar o Afeganistão.


Segundo porta-vozes do Taleban, “queremos uma transição pacífica” e que o grupo “não quer viver no isolamento” internacional, devendo a natureza do regime ser anunciada em breve. “A guerra acabou”, acrescentou.


A impressão que vem sendo deixada pelo grupo até então é diferente daquela dos anos em que governou, quando o regime era de terror. Isto, para especialistas, se deve à necessidade de financiamento econômico do exterior e criação de relações comerciais, para além do que recebe para fins de tráfico de ópio para produção de heroína, dentre outras atividades a que se relaciona o Taleban.


O premiê do Reino Unido, Boris Johnson, se manifestou sobre o acontecimento e afirmou que nenhum país deveria reconhecer o novo regime do Taleban. “Não quero que ninguém reconheça o Taleban bilateralmente. (…) Queremos uma posição unificada entre todos que pensam como nós na medida do possível para que façamos o possível para evitar que o Afeganistão volte a ser um solo fértil para o terrorismo”, disse.