A amizade é uma das grandes alegrias da vida, poucos haverão de discordar.

Tenho pra mim que a alegria da amizade está ligada, sobretudo, à sensação que dela emana de não estarmos mais andando à sós pelos ermos caminhos deste mundo inóspito - para onde fomos lançados sem saber por quem e por quê. 

A amizade, portanto, é o encontro entre duas pessoas perdidas. 

Mas ela também encontra sua graça na mágica que nos permite sermos um pouco o próprio amigo, de nos sentirmos um pouco ele, de vibrarmos com as suas conquistas como se fossem conquistas nossas. 

A amizade, portanto, tem a capacidade de nos fazer maiores do que somos. 

Mas a magia da amizade não para por aí, pois há também aquela que acontece quando descobrimos um velho amigo antes mesmo de o ter conhecido, ou melhor, aquela que faz com que alguém que se acaba de conhecer pareça ser aquele bom e velho amigo de sempre, “corrompendo” a nossa noção de tempo. 

E por falar na “corrupção” do tempo, há ainda a magia da amizade que faz com que o seu amigo esteja sempre presente em sua vida, que faz com que você sempre se lembre e até “converse”com ele, mesmo que ele viva num lugar distante e vc não o veja há anos. Nem a distância e nem mesmo o todo poderoso tempo, capaz de curar dor de amor, mágoa de ressentido e o luto por um ente perdido, nem mesmo ele pode acabar com uma amizade, pois os nossos amigos são e sempre continuarão nossos amigos. 

A amizade, portanto, tem o poder  de superar o espaço/tempo, sendo algo transcendente, sublime e, por isso, capaz de ampliar a nossa existência. 

Logo, e por tudo, estou certo de que quem tem um amigo tem mais vida, e quem tem mais vida cumpre melhor o seu papel de estar vivo, amplia a sua potência de viver!