Os chefes de Estado e de Governo dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE) realizam hoje (17) encontro informal em Bruxelas, antes da reunião de cúpula com a União Africana (UA), para discutir os fatos mais recentes na crise entre Rússia e Ucrânia.
A discussão, pelos líderes
da UE, sobre a ameaça de uma agressão russa à Ucrânia ocorre no momento em
que o Kremlin (presidência russa) garante que concluiu as manobras militares na
fronteira com o país. O anúncio é recebido com cautela pelo
bloco, que pediu à Rússia “passos concretos e tangíveis” para a
solução da crise, observando que os sinais de Moscou são contraditórios.
O encontro informal dos
líderes da UE coincide com o término de uma reunião de dois dias dos ministros
da Defesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Em declaração divulgada
nessa quarta-feira (16), os ministros da Defesa dos 30 Estados-membros da
Otan pediram à Rússia que escolha a via diplomática para
resolver a crise com a Ucrânia, mas, como medida preventiva, confirmaram o reforço
da presença militar no leste.
“As ações da Rússia
representam séria ameaça à segurança euro-atlântica. Como consequência, e para
assegurar a defesa de todos os aliados, estamos destacando forças
terrestres adicionais para a parte oriental da Aliança, bem como recursos
marítimos e aéreos, tal como anunciado pelos aliados, e aumentámos a prontidão
das nossas forças”, disseram os representantes.
Destacando que a Otan está
também prestes a reforçar ainda mais sua “postura defensiva para
responder a todas as contingências”, os ministros argumentaram que essas
medidas são “preventivas e proporcionais” e não contribuem para o aumento das
tensões.
Na mesma declaração, os
ministros da Defesa da Otan frisaram que continuam empenhados na abordagem
dupla à Rússia, ou seja, “forte dissuasão e defesa, combinada com a abertura ao
diálogo”.
O Ocidente acusa a Rússia de
ter concentrado mais de 100 mil soldados nas fronteiras da Ucrânia para
invadir novamente o país vizinho, depois da anexação da Crimeia em 2014.
A Rússia tem negado qualquer
intenção bélica, mas exige garantias para a sua segurança, incluindo a promessa
de que a Ucrânia nunca será membro da Otan, exigência liminarmente rejeitada
pelo Ocidente, que propôs em troca conversações com Moscou sobre outros
assuntos de segurança, como o controle de armas ou visitas recíprocas a
infraestruturas sensíveis.