Nos últimos dias, os casos de varíola dos macacos têm se espalhado por todo o mundo, motivo pelo qual cientistas brasileiros criaram uma comissão para acompanha-los. A doença alerta especialistas do mundo todo, por se tratar do maior número de casos fora da África já registrado, o que sugere uma cadeia de transmissão.

Quem coordena a Câmara Técnica Temporária criada é a RedeVírus, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações – MCTI. Os cientistas montarão um plano para preparar a rede de saúde para os primeiros casos no Brasil.

"A gente está vendo o perfil de disseminação desse vírus por países da Europa, já chegou aos Estados Unidos, ao Canadá, em Israel. Então existe um risco iminente da entrada dele no Brasil", afirmou um dos membros do grupo, a virologista Giliane Trindade, professora e pesquisadora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG e especialista em poxívrus.

A família Poxviridae ou poxvírus compreende vírus que contaminam animais, tanto vertebrados quanto invertebrados. O mais conhecido é o vírus da varíola, que se destaca por poder contaminar o ser humano.

O vírus da varíola circula há cerca de 50 anos na África, mas um alerta o Reino Unido registrou três casos da doença que, segundo comunicado a Organização Mundial da Saúde – OMS, podem ter sido adquiridos localmente, adotando-se como hipótese a via sexual, devido ao contato com as secreções das pessoas infectadas.

Até a noite de ontem, 20, foram registrados 143 casos em todo mundo, entre confirmados e suspeitos, espalhados entre a Europa e América do Norte.