A
nossa vida pode ser vista como um grande palco onde nós, os atores, estamos
conectados a centrais de informações por meio de fios invisíveis.
Essas
centrais de informações armazenam qual foi o desempenho dos nossos ancestrais
em relação ao roteiro principal: as Leis Naturais da Vida também chamadas de As
Ordens do Amor ou Leis Sistêmicas.
Quando
aqueles que vieram antes não conseguiram seguir o roteiro das Ordens do Amor,
cria-se um registro com as pendências que deverão ser repetidas ou compensadas
pelas gerações que virão depois.
Bert
Hellinger, o alemão conhecido como o Pai das Constelações Familiares
Sistêmicas, nos deixou uma terapia que ajuda a identificar quais são os
roteiros e as cenas dos nossos antepassados que estamos repetindo justamente
porque precisamos refazê-los para que estejam de acordo com as Leis Sistêmicas.
Na
Constelação Familiar aprendemos que o Amor é a energia principal - de vida,
saúde, sucesso e prosperidade - e que todos nós precisamos estar em ordem com
as Leis Naturais da Vida para que estejamos alinhados com essa energia de Amor.
Essas
Leis exigem de nós posturas de Inclusão, Respeito, Equilíbrio de troca nas relações
e Humildade.
A
primeira lei que precisamos seguir é a lei do Pertencimento. Ela prevê que
todos têm direito a pertencer, ou seja, de serem inclusos. Caso alguém esteja
excluído por qualquer motivo que seja, um membro da família passará a
representar a exclusão em sua própria vida até que a inclusão seja feita.
Geralmente são excluídos do nosso coração e do coração da família os
ex-parceiros importantes nossos e dos nossos pais e avós, as crianças que
morreram prematuramente ou por aborto, aqueles que causaram alguma vergonha
para a família, além daqueles que mudaram o destino da nossa família mesmo não
sendo do nosso sangue.
A
segunda é a Lei da Hierarquia. Ela diz que quem veio antes deve ser honrado e
que seu lugar de maior deve ser respeitado. Por exemplo, os pais são maiores
que os filhos pois aqueles chegaram antes no palco da vida, portanto, sua
experiência e sabedoria devem ser respeitadas, mesmo que sejam diferentes das
dos filhos.
A
terceira lei é a do Equilíbrio de troca nas relações ou do Equilíbrio entre o
Dar e o Receber. Quando damos mais do que recebemos numa relação haverá um
desequilíbrio. Quem recebeu mais acaba se sentindo em dívida e tende a se
afastar, criticar ou trair aquele que deu demais. Por outro lado, aquele que
deu demais se sente no direito de cobrar. Nestes casos, o vínculo se enfraquece
e o afastamento é inevitável. A maior parte dos problemas de relacionamentos
amorosos e no âmbito dos amigos e trabalho surge do desequilíbrio de troca.
Mesmo
que não conheçamos as Leis Sistêmicas elas estão agindo em nossas relações e na
nossa vida. Elas não são castigos mas, sim garantem o principal: que a vida
flua com amor para todos nós e para que a vida continue sendo passada adiante.
Por
exemplo: Quando há desequilíbrio de troca numa relação de casal, este pode
romper sem mesmo que tenham tido filhos. A vida deixou de ser passada adiante.
Outro
exemplo: quando um filho se coloca como superior ao pai, desrespeitando a
hierarquia, tende a assumir muitas responsabilidades no trabalho ou mesmo ao
lado da sua mãe. Com isso, este filho não terá energia para formar sua própria
família. Portanto, no palco da vida somos atores à serviço do fluir da vida
para nós mesmos e para as futuras gerações.
A
Constelação Familiar também é uma terapia que nos leva a ter mais humildade na
medida em que nos faz perceber que todos da família devem ter um lugar em nosso
coração mesmo que tenham errado ou que não estejam mais entre nós pois cada um
estava fazendo o seu melhor dentro das condições que se apresentavam e cada um
foi importante para que a energia de vida fosse sendo passada até chegar em
nós.
A
mesma humildade nos leva a ficar em nosso lugar de pequenos em relação aos
nossos pais. Por fim, humildade para reconhecer que, numa relação, devemos oscilar
entre dar e receber. Dar o que podemos e receber o que realmente precisamos,
nem mais, nem menos.