No segundo dia após as manifestações de 07 de setembro, o Presidente do Tribunal Superior Eleitoral – TSE, Luís Roberto Barroso, rebateu suspeitas sobre a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro, enquanto discursava na abertura da sessão da corte nesta manhã, 09.

“Todos sabem que não houve fraude e quem é o farsante nessa história”, afirmou. “Quando fracasso bate à porta, é preciso encontrar culpados”, complementando que “o populismo vive de arrumar inimigos para justificar o seu fiasco. Pode ser o comunismo, pode ser a imprensa, podem ser os tribunais”.

Barroso insistiu que as eleições no país são seguras, limpas, democráticas e auditáveis, referindo ao discurso do Presidente Jair Bolsonaro durante a apoiadores, quando defendeu a “contagem pública de votos”. Isto, ao ver do Ministro, seria “como abandonar o computador e regredir, não à máquina de escrever, mas à caneta tinteiro. (...) Seria um retorno ao tempo da fraude e da manipulação. Se tentassem invadir o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, imagine-se o que não fariam com as seções eleitorais”.

Não bastante, Barroso afirmou estar cansativo ter que “repetidamente desmentir falsidades, para que não sejam dominados pela pós-verdade, pelos fatos alternativos, para que a repetição da mentira não crie a impressão de que ela se tornou verdade. É muito triste o ponto a que chegamos”

Em sua avaliação, “somos vítimas de chacota e de desprezo mundial. Um desprestígio maior do que a inflação, do que o desemprego, do que a queda de renda, do que a alta do dólar, do que a queda da bolsa, do que o desmatamento da Amazônia, do número de mortos pela pandemia, do que a fuga de cérebros e de investimentos. Mas pior de tudo, a falta de compostura nos diminui perante nós mesmos. Não podemos permitir a destruição das instituições para encobrir o fracasso econômico, social e moral que estamos vivendo”.

Por fim, fez uma metáfora com a passagem bíblica João 8:32. “Conhecereis a verdade e ela vos libertará”, finalizando que a “recessão democrática” é um “clube que nós não queremos que o Brasil faça parte”.