O economista e ex-ministro da Fazenda Eduardo Refinetti Guardia morreu ontem (11) aos 56 anos. A morte foi confirmada pela assessoria do banco de investimentos BTG Pactual, onde ele trabalhava. A família não autorizou a divulgação da causa do óbito.
Ministro da Fazenda no final
do governo Michel Temer, Guardia comandou a pasta entre abril e dezembro de
2018, após Henrique Meirelles deixar o ministério para concorrer às eleições
presidenciais daquele ano. Cerca de 45 dias após assumir o cargo, Guardia
enfrentou o maior desafio na pasta, ao negociar um subsídio temporário para o
diesel para pôr fim à greve dos caminhoneiros.
No fim de 2018, Guardia
coordenou a transição na área econômica para o ministro da Economia, Paulo
Guedes. De maio de 2016 a abril de 2018, ocupou a Secretaria Executiva do
Ministério da Fazenda, o segundo cargo mais importante da pasta. Nessa função,
ele ajudou a elaborar políticas como o teto federal de gastos e a tentativa de
reforma da Previdência do governo Michel Temer, que teve alguns pontos
aproveitados na proposta aprovada em 2019.
Conhecido pelo caráter técnico,
Guardia chegou a ganhar o apelido de “Senhor Não”, por causa da recusa em
negociar propostas com o Congresso Nacional que não consideravam o impacto
sobre as contas do governo. Para viabilizar o subsídio ao diesel após a greve
dos caminhoneiros, o ministro exigiu um cronograma de reversão da desoneração
da folha de pagamentos. Guardia também participou das negociações para a
revisão do contrato da cessão onerosa do petróleo da camada pré-sal.
Em nota, o Ministério da
Economia lamentou a morte de Guardia e manifestou solidariedade aos amigos e
parentes do ex-ministro. Segundo a pasta, o ministro Paulo Guedes destacou a
contribuição do ex-ministro no período de transição para o governo atual.
“Durante sua trajetória
pública, a atuação de Guardia foi fundamental na construção de soluções
importantes para a economia brasileira. O ex-ministro sempre se notabilizou
pelo trabalho incansável, a gentileza no trato e o permanente espírito público,
inspirando todas as equipes que liderou”, ressaltou o comunicado.
O presidente do Banco
Central (BC), Roberto Campos Neto, também lamentou a morte do ex-ministro.
"Com 56 anos, Guardia acumulou vasta experiência nos setores público e
privado, onde pôde desempenhar suas funções com excelência e espírito de equipe.
Na transição entre os governos Temer e Bolsonaro, Guardia sempre agiu com um
viés construtivo", ressaltou Campos Neto, em nota.