A Procuradoria-Geral da República – PGR afirmou em manifestação endereçada ao Supremo Tribunal Federal – STF ser contrária à abertura dos inquéritos requeridos pela Polícia Federal – PF embasados no acordo de delação premiada com Sérgio Cabral, sob argumento de que o delator venha tentando constranger publicamente autoridades, a exemplo do requerimento de investigação contra o Ministro Dias Toffoli, acusado, por ele, de vender decisões e ter recebido com o esquema R$4 milhões.

Na expressão da PGR, Cabral tenta “constranger os órgãos de persecução a lhe conceder os benefícios decorrentes da colaboração”, como se verificou com outra acusação contra Toffoli, desta vez de arquivamento dos inquéritos abertos com fundamento em sua delação, cujas manifestações têm sido de “caráter midiático e espreitoso”. O Ministro afirma não ter conhecimento dos fatos suscitados.

Outra questão arguida pela Procuradoria é a razão pela qual somente agora estes fatos vieram a ser mencionados. Ao seu ver, “novamente o colaborador repete esse padrão de comportamento, apresentando termos de colaboração extemporâneos, não inéditos, que entram em conflito com outras autoridades premiadas e cujas narrativas carecem de mínima plausibilidade fático-probatório”. 

Após a primeira demanda de investigações, arquivadas, os depoimentos prestados por Cabral renderam 20 pedidos de abertura de inquérito encaminhadas pela Polícia Federal ao STF, até o dia 30 de abril deste ano.