Quando um crime é cometido, conforme ditam as regras processuais, deve ser aberto, via de regra, o competente inquérito policial para apuração de autoria e materialidade delitiva, ou seja, se o crime realmente ocorreu e quem é o autor.

Policiais são treinados para obter as respostas e, embora pareça cena de filmes ou séries americanos, a polícia brasileira, na maioria dos casos, também se vale da tática do perfil criminal. Porém, para se construir um perfil são necessárias diversas informações, o que demandaria uma obra mais extensa e aprofundada para abarcar todas as informações.

Dito isso, nos limitaremos a conhecer um pouco mais sobre a grafologia forense, que é um dos meios de se investigar um suspeito/criminoso através da escrita.

Como exposto acima, a grafologia é o estudo da personalidade através da escrita, onde são identificados pontos e características que permitem indicar uma parte do perfil do indivíduo por meio da forma como ele escreve, levando em consideração que cada pessoa possui um padrão próprio de escrita.

O modo como o indivíduo utiliza o espaço geográfico pode dizer muito sobre ele. Explico. Pessoas que escrevem com letras grandes e tendem a utilizar o espaço superior da linha/folha demonstram uma sensação de exaltação ou superioridade, ao passo que pessoas com letras mais direcionadas na zona média da linha/folha são aquelas que evitam confrontos e buscam acolhimento. Já as pessoas que possuem a escrita localizadas na parte inferior são classificadas como impulsivas, que se deixam levar por instintos.

A inclinação da grafia reflete a maturidade emocional do escritor. Escritos inclinados à direita demonstram que a pessoa está buscando contato e se inclina para o próximo, enquanto pessoas com escritas inclinadas à esquerda ficam mais na defensiva, são reservadas. Quando a grafia está na vertical, demonstra equilíbrio, mas quando é desigual, reflete dúvida.

Existem diferentes tipos de escrita e cada qual revela um traço da personalidade humana. Pessoas com escrita caligráfica demonstram lealdade às regras, conservadorismo, refletindo, ainda, ausência de desenvolvimento de um padrão próprio. Quem possui escrita tipográfica, via de regra, tende a não demonstrar as emoções e ser mais reservado. Já a escrita simplificada demonstra praticidade, objetividade, pessoa prática. No que tange a escrita ordenada, a pessoa demonstra vaidade, criatividade e que busca atrair a atenção para si.

A dimensão das letras também é um fator revelador, eis que escritas pequenas revelam pessoas tímidas e introvertidas, ao passo que escritas grandes demonstram uma pessoa expansiva, ambiciosa e que possui iniciativa.

Outro ponto a ser observado é a direção das linhas. Pessoas que escrevem em linhas ascendentes demonstram ânimo, enquanto quem escreve em linhas descendentes transparece desânimo, depressão, cansaço e pessimismo. Linhas retilínea demonstra controle, mas linhas sinuosas demonstram flexibilidade, jogo de cintura e adaptação aos ambientes.

Indivíduos que possuem a escrita ligada refletem perseverança, foco e continuidade nas metas, porém escritas desligadas demonstram uma dificuldade em terminar projetos iniciados, a pessoa começa várias coisas, mas não termina nenhuma. Uma escrita agrupada demonstra inteligência, ao passo que uma escrita combinada reflete inteligência, ligações originais e criação de atalhos dentro da escrita.

Por fim, mas não menos importante, temos a pressão empregada para fazer o traço. A pessoa que possui uma escrita forte, ou seja, faz pressão na hora de escrever, demonstra ser segura, firme nas atitudes, determinação e capacidade de realização e de se posicionar melhor, mas a pessoa que possui a escrita frouxa tende a ser insegura, ter dúvidas ao tomar decisões.

Com o presente artigo buscamos expor uma das partes importantes na construção de um perfil. O modo como a pessoa escreve pode revelar muito mais sobre ela do que pode imaginar.